Trabalhos desenvolvidos na Unicentro contribuem com o desenvolvimento social

Trabalhos desenvolvidos na Unicentro contribuem com o desenvolvimento social

Cerca de 120 projetos de Iniciação Científica e Extensão foram apresentados no último dia do Paraná Faz Ciência

Muito se fala sobre a maior parte das pesquisas científicas do Brasil serem produzidas nas instituições e universidades públicas do país. Mas você já se perguntou que tipos de trabalhos são desenvolvidos no ambiente acadêmico?

O ensino superior é palco de inúmeros projetos que contribuem com o desenvolvimento social, científico e tecnológico, evidenciando o compromisso que as universidades têm e que ultrapassam o ambiente acadêmico. O tripé pesquisa, ensino e extensão permite uma formação sólida para os alunos, ao mesmo tempo que beneficia a sociedade.

Nesta semana, muitas das produções da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) foram apresentadas no Paraná Faz Ciência, maior evento de divulgação científica do estado. Especificamente hoje, sexta-feira (3), 120 stands, divididos entre Iniciação Científica, Iniciação Tecnológica e Projetos de Extensão, demonstraram um pouco do que é produzido dentro e fora da universidade.

A exposição foi uma oportunidade de a comunidade conhecer as pesquisas e projetos que são desenvolvidos na universidade. Além disso, essa também é uma forma de incentivar que alunos de escolas criem o interesse em ingressar no ensino superior, como destaca a diretora de pesquisa da Unicentro, Sandra Mara Guse Scós Venske.

“Esse é o principal objetivo, mostrar ciência para esses alunos que vêm das escolas, mostrar que ela está no nosso dia a dia e que eles também podem participar. É muito importante, principalmente, por essa integração, essa disseminação da ciência”.

Diversidade de áreas compartilhando ideias e projetos

Os trabalhos apresentados se tratam de diversas áreas distintas, contribuindo de diferentes maneiras com o crescimento da ciência e melhorias significativas para a sociedade.

Uma das categorias dos projetos presentes no evento foi a de Iniciação Científica, que se trata de uma pesquisa desenvolvida ao longo de um ano que busca inovar algum fator relacionado à área em questão.

Um deles é o projeto de Iniciação Científica “Inglês como língua franca e identidade de professores e alunos”. Com a predominância de fichamento bibliográfico, o objetivo da pesquisa é analisar e interpretar como o inglês é visto como língua franca no mundo e como isso impacta na vida de professores e alunos.

Para uma das alunas envolvidas, Sarah Marques Rickli, o projeto enfatizou a importância de valorizar a comunicação efetiva e a cultura dos alunos que aprendem inglês. “Quando a gente começa a ver o inglês como uma forma de comunicação e não como algo ideal americano que a gente deve seguir, ajuda muito a se livrar de várias amarras que a gente tem, às vezes, no falar inglês e principalmente no ensinar inglês. Eu não quero ensinar os meus alunos a falar como um americano, eu quero ensinar os meus alunos a se comunicarem e se conectarem com o mundo”, diz.

Na área da Química, as pesquisas são realizadas de um modo um pouco diferente. Exemplo disso é o trabalho “Membranas poliméricas de quitosana e PVA modificadas com ácido cítrico e ZnO para retenção de íons metálicos em solução aquosa”, da aluna Raphaella Wolf Fleck. Diferente do trabalho de Sarah, essa pesquisa foi desenvolvida toda em laboratório.

Também de Iniciação Científica, o projeto buscou criar uma membrana polimérica à base de quitosana e PVA. O objetivo, agora, é desenvolver essa membrana para que ela fique mais eficaz na filtração de água contaminada com cobre, como uma alternativa para a processo à vácuo.

“A gente acha que não é preocupante as indústrias, principalmente, fazerem depósitos de metais. A gente acha que é só pegar um metal do ambiente de novo e reutilizar, mas não funciona assim. Quando o cobre entra nos ambientes aquáticos, como poluição hídrica, ele vai para os solos e aquele solo que era fértil não vai mais produzir. Por exemplo, os peixes se alimentam daquelas plantas que nascem no solo contaminado, o peixe se contamina e você não tem como todo dia verificar se a comida está contaminada ou não. Mas, as indústrias não pensam em uma forma de tentar tratar isso”, explica Raphaella.

Já Yan Gabriel Reis Oliveira, do curso de Ciência da Computação, apresentou o projeto “Aperfeiçoamento de um sistema computacional para análise do voleibol”. O trabalho busca desenvolver um software que tenha todas as funções que um técnico de vôlei precisaria para exercer sua profissão, como informações sobre atletas em relação à condição física e técnica.

“O desenvolvimento de software, como o nosso curso, sozinho ele não faz nada. Nós temos que estar ligados, conectados com pessoas de áreas muito diferentes e ter essa experiência de trabalhar com uma área do qual eu não conheço, que é a educação física, me permitiu fazer coisas no software que eu nunca imaginaria”, considera.

Para o estudante, apesar de nem todas as áreas terem uma grande ligação com a tecnologia, esses instrumentos estão à disposição para auxiliar e tornar o trabalho de diversos profissionais efetivo e facilitado.

A pesquisa de desenvolvimento tecnológico busca tornar o trabalho do técnico de vôlei mais dinâmico (Fonte: Gabriela Rossi)

Mais do que teoria: projetos que trazem a transformação na prática

Além da Iniciação Científica, outra alternativa para os alunos das universidades é a Iniciação Tecnológica, que busca desenvolver trabalhos com a comunidade fazendo uso da tecnologia. Vitória Krause, aluna do curso de Fisioterapia, faz parte do projeto “Áudio-book para pessoas com dor crônica”.

A iniciativa tem como público alvo pessoas com dor musculoesquelética crônica, dando atenção especial a pessoas com baixa qualidade visual, baixo letramento e dificuldade com tecnologias. O objetivo é proporcionar uma maior autonomia para essas pessoas e fazer com que elas se sintam acolhidas, por meio da acessibilidade.

Cada semana da nossa intervenção, que são dez, a gente trabalha um tema desse ebook. mas, nós percebemos que as pessoas tinham uma baixa adesão para acessar esse material. Então, para facilitar, porque a maioria do nosso público é da terceira idade, a gente resolveu transformar o material que a gente já tinha em um audiobook”, conta.

Trabalhos utilizam a tecnologia para desenvolver melhorias para a população (Gabriela Rossi)

Projetos da Unicentro impactam sociedade

Ainda no PFC, foram apresentados Projetos Experimentais focados totalmente no trabalho prático, que proporcionam tanto a experiência do mercado de trabalho, como o contato entre os alunos e a comunidade, por meio de atividades inovadoras.

Financiado pela Itaipu Parquetec, “Arte Sustentabilidade e Comunidade” foi desenvolvido com alunos da escola Municipal Antônio Lustosa, em que as crianças produzem instrumentos musicais com materiais recicláveis.

Coordenada pela professora Daiane Solange Stoeberl da Cunha, além de incentivar a criatividade, a iniciativa também foca na sustentabilidade, contribuindo com o pensamento crítico dos alunos sobre questões ambientais.

“Nessas aulas de arte a gente trabalha em três momentos. No primeiro a gente fala sobre sustentabilidade, sobre reciclagem e o que as crianças entendem sobre isso. O segundo momento é a produção, realmente, então a gente ajuda as crianças a fazerem. O terceiro momento é a experimentação sonora”, conta o integrante e estudante do curso de Arte, Vitor Hugo.

Com uma grande diversidade de projetos e áreas, a universidade consegue cumprir o seu papel de transformação social, devolvendo para a comunidade externa na forma de atividade, todo o investimento e confiança que são depositados no ensino superior.

Toda a sociedade se beneficia das atividades promovidas por Projetos de Extensão (Fonte: Gabriela Rossi)

Por Ana Flávia Godoy

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