
Câmpus de Irati recebe estudantes da educação básica no quarto dia do Paraná Faz Ciência
Nesta quinta-feira (2), o Câmpus de Irati da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) esteve repleto de atividades do Paraná Faz Ciência. Palestra, oficinas, minicurso, workshop e até uma sessão de cinema integraram a programação local desta 5ª edição do maior evento científico do estado.
Logo no início do dia, a oficina “Engenharia Florestal Faz Ciência” atraiu alunos da Escola Municipal João Batista Anciutti e do Colégio Florestal. Docentes e estudantes de graduação e pós-graduação da Unicentro apresentaram nove laboratórios que são usados no cotidiano dos engenheiros florestais em formação.
“Como nós fazemos ciência diariamente, a gente queria mostrar isso para a comunidade. Então, convidamos crianças e alunos do ensino médio para que tivessem essa aproximação com o que a gente faz no nosso dia a dia”, explica a professora Daniele Ukan, uma das organizadoras da oficina. “Produtos simples, que nós usamos diariamente – como o papel higiênico, a cápsula de medicamento, o carvão, o etanol –, são advindos de florestas”, cita a docente para exemplificar a ciência florestal na prática.
Os alunos que visitaram as dependências do curso na Unicentro aprenderam muito com a comunidade acadêmica. “Foi uma visita bem legal e educativa para a gente, que não conhecíamos várias coisas, por exemplo, a fotossíntese das árvores, que é como elas geram sua própria comida”, comenta Luiz Otávio, do 3º ano do ensino fundamental da Escola João Batista. Já a colega Agata salientou o seu laboratório favorito durante o passeio na Unicentro. “Gostei mais da parte das terras, porque eles falaram sobre as árvores e eu gosto de natureza”, opina.
Uma atividade externa ao câmpus também fez parte da programação desta quinta-feira no Paraná Faz Ciência. O filme “Entrelinhas”, do diretor Guto Pasko, foi exibido no Cinema de Irati, a partir de um convite do Departamento de Letras, que também propôs um debate com o cineasta.
“É um longa-metragem baseado na história real de uma estudante paranaense que foi presa pela ditadura militar”, contextualiza Guto. “Eu acho que esse é um filme que conversa muito com o mundo estudantil e universitário. A gente precisa rememorar isso, porque alguns jovens conhecem muito pouco o nosso passado”, sublinha o diretor do filme.
O pessoal da Matemática também propôs atividades no dia de ontem. “Nós pensamos em uma programação que pudesse atender todos os públicos – desde a educação básica até a pós-graduação”, conta a chefe do Departamento de Matemática, professora Karoline Barone Hrentchetchen.
Para a oficina “Um passeio da Matemática nas ciências”, o prédio onde o curso funciona foi todo decorado para receber visitantes do Colégio Realeza, da cidade de Palmeira, e do Colégio Estadual Parigot Souza, de Inácio Martins.
Com três salas interativas, os visitantes participaram de dinâmicas sobre o ensino das ciências exatas. “Nós pensamos em atividades que chamassem a atenção dos alunos da educação básica, para que eles conhecessem mais do nosso curso e se empolgassem com a matemática envolvida em outras ciências”, discorre a professora Karolina.
O curso também ofertou a oficina “Regressão linear aplicada em dados reais”, ministrada pelo professor Zaudir Dal Cortivo para os pós-graduandos. Além disso, o docente Artur Machado conduziu a palestra “Gases de efeito estufa: tendências, modelagem matemática e o futuro do clima”, alinhada à temática que norteia esta edição do Paraná Faz Ciência.
“A proposta da palestra foi mostrar informações sobre gases de efeito estufa, além da tendência de crescimento de alguns deles”, explica Artur. O professor falou sobre os níveis de persistência dos gases na atmosfera e como isso pode contribuir para o aquecimento global. “Aquele que vai atuar como professor nas diversas áreas, tendo essa consciência ambiental, visualiza as informações e pode conseguir algum efeito positivo na educação sobre a mitigação desses problemas”, vislumbra o professor.
A área de Sociais Aplicadas não ficou de fora do Paraná Faz Ciência. Durante a noite de quinta-feira, o Departamento de Turismo propôs o minicurso “Comunicação assertiva na era da conexão”, conduzido pela professora Patrycia Fonseca, e o workshop “Turismo de aventura”, com o professor Claudio Suzuki, em uma parceria com o Departamento de Educação Física.
“A gente trouxe algumas informações mais gerais e depois eles fizeram uma breve degustação da parte prática de uma das atividades que envolve o turismo de aventura, que é o rapel”, resume Suzuki sobre o workshop.
O Paraná Faz Ciência
O Paraná Faz Ciência é uma iniciativa da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e da Fundação Araucária, com o intuito de popularizar o conhecimento produzido nas sete universidades estaduais.
O evento encerra nesta sexta (3). Em Irati, o último dia contempla o público acadêmico, mas também há atividades voltadas para profissionais e estudantes da comunidade.
Por Amanda Pieta