
Resultados do Teste Tofas apontam desafios e oportunidades para universidades do Paraná
O Paraná Faz Ciência trouxe nesta quinta-feira (2) um momento de destaque para o ensino superior do Estado: a divulgação dos resultados do Teste TOFAS (Test of Fundamental Academic Skills) e do Ranking de Competitividade dos Estados. O exame, desenvolvido pela empresa japonesa SPRIX, foi aplicado como projeto-piloto em quatro universidades estaduais, reunindo mais de 550 estudantes.
Criado em 1997, em Tóquio, o TOFAS é a primeira avaliação online global voltada a medir habilidades acadêmicas fundamentais. A ferramenta oferece relatórios detalhados de desempenho, permitindo a professores e pedagogos identificar deficiências e planejar programas de recuperação de conteúdos. A proposta é contribuir para uma educação mais eficaz e personalizada, fortalecendo a base de conhecimento dos alunos.
O diretor-presidente da SPRIX Brasil, Masaru Nomura, destacou que o TOFAS é uma ferramenta que já vem sendo aplicada globalmente e que encontrou no Paraná um campo fértil para experimentação. “O objetivo é mensurar habilidades básicas de cálculo e programação em todo o mundo. No Paraná, começamos em 2024 com um piloto para 160 mil alunos da rede estadual, de forma gratuita. Este ano, ampliamos para universidades estaduais, e nossa intenção é continuar em 2026, aliado a programas de treinamento de cálculo”, disse Nomura.
Aplicação no Paraná
Para o representante da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), Osmar Ambrósio de Souza, coordenador do projeto no estado, a iniciativa busca enfrentar um dos grandes desafios do ensino superior: a evasão estudantil.
“Muitos alunos chegam sem domínio do conhecimento básico, o que resulta em reprovações e abandono, sobretudo em cursos de áreas mais exigentes, como matemática, física e engenharias. O TOFAS nos ajuda a identificar essas dificuldades e abre a oportunidade de programas de recuperação baseados em dados concretos, não apenas em percepções empíricas. Os resultados confirmaram aquilo que os professores já percebiam em sala, e agora temos a chance de agir com objetividade”, afirmou.
O secretário da Seti, Aldo Nelson Bona, ressaltou que o piloto gratuito foi um passo essencial para que o estado avaliasse a ferramenta e planeje políticas futuras. “Esse teste abre a possibilidade de mensurarmos com clareza o grau de proficiência dos nossos estudantes. A partir daqui, discutiremos a possibilidade de contratar a metodologia não apenas para avaliar, mas também para acompanhar a superação das lacunas de aprendizagem”, explicou.
Segundo Bona, associar avaliação e recuperação é fundamental para enfrentar a evasão e elevar a qualidade do ensino superior. Nesse sentido, o uso de ferramentas como o TOFAS pode se tornar uma estratégia central para o futuro da educação no estado.
O vice-reitor da Unicentro, Ademir Juracy Fanfa Ribas, avaliou a participação como uma oportunidade estratégica para fortalecer o papel do Paraná Faz Ciência no ambiente acadêmico. “É muito importante receber essa iniciativa, e ainda mais dentro do Paraná Faz Ciência, um evento que tem dado representatividade para o ensino superior, principalmente para a região, com resultados positivos da comunidade, das pessoas que têm vivenciado este momento”, destacou.
Atualmente, cinco universidades já aderiram ao programa e outras duas devem se somar em breve. A proposta é organizar a logística ainda este ano, para que os testes sejam aplicados no início do calendário acadêmico de 2026. Dessa forma, os alunos terão acesso imediato aos planos de reforço e poderão comprovar sua evolução já no mesmo período letivo.
Por Poliana Kovalyk