De hotéis para abelhas a sensores de nanopartículas: 1ª Mostra dos Clubes de Ciência movimenta o Paraná Faz Ciência 2025

De hotéis para abelhas a sensores de nanopartículas: 1ª Mostra dos Clubes de Ciência movimenta o Paraná Faz Ciência 2025

Estudantes da rede estadual apresentam projetos inovadores em ciência, tecnologia e sustentabilidade no maior evento científico do Paraná

O Paraná Faz Ciência 2025 abriu espaço nesta quinta-feira (2) para a Mostra dos Clubes de Ciência do Paraná. A iniciativa reuniu 660 estudantes da rede estadual de ensino e 155 professores de todo o estado, que apresentaram projetos desenvolvidos em seus colégios.

Coordenados pelo NAPI Paraná Faz Ciência, os Clubes de Ciência têm como objetivo aproximar os jovens do universo da pesquisa científica e tecnológica ainda durante a educação básica. Ao trazer a Mostra para dentro do evento, a proposta foi dar visibilidade ao que está sendo construído nas escolas e estimular o protagonismo estudantil.

“Temos clubes de diferentes perfis: makers, clubes de meninas, indígenas, do campo, urbanos, todos mostrando seus projetos, que vão de hortas a pesquisas com abelhas, passando por inclusão social, tecnologia e arte. É uma riqueza de conhecimento”, destacou a professora Elisa Aguayo da Rosa, membro da equipe organizadora da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro).

Entre os trabalhos apresentados, esteve o projeto de estudantes do Colégio César Stange, de Guarapuava, orientadas por Eriza Guimarães de Castro e Andressa Galli, professoras da Unicentro. As alunas do 1º ano do Ensino Médio desenvolveram pesquisas em química, incluindo a síntese de nanopartículas de ouro usadas como sensores colorimétricos para detectar contaminantes emergentes em águas.

Emily e Thayane durante apresentação do trabalho

Durante a apresentação, as estudantes  comemoraram o impacto da iniciativa. “Eu entrei sem saber nada de química, achei que não ia dar conta, mas fui gostando e hoje penso até em seguir na área”, contou Rianna Vitória. Já Emily Mariah destacou que o projeto “abriu novas opções para o futuro”, enquanto Thayane Oliveira vê a experiência como “uma oportunidade de transformar planos de vida”.

Outros grupos trouxeram projetos voltados à sustentabilidade. É o caso de Mirian Ferreira, aluna de ensino fundamental do Colégio Pedro Carli, em Guarapuava, que apresentou um estudo sobre abelhas solitárias e a criação de um “hotel” para esses insetos. “Queremos educar a comunidade sobre a importância da polinização e criar um ambiente mais sustentável”, disse a estudante, que participa do clube “Climatize-se”.

Mirian e o protótipo de hotel para as abelhas

De Prudentópolis, alunos do Colégio Alberto de Carvalho expuseram um projeto de reflorestamento de nascentes urbanas, em parceria com o Instituto Guardiões da Natureza, que fez a doação de mudas. “Foi muito gratificante ver nosso trabalho chegar até aqui e poder conscientizar mais pessoas sobre a recuperação ambiental”, afirmou a estudante Annie Luz Zaias, que desenvolveu o projeto em parceria com os colegas Guilherme Kozak e Maria Fernanda Repula.

Tecnologia também foi destaque. Maria Helena Lopes de Souza, Francisco Eduardo Ferreira de Morais e Kaíque Faria de Almeida, estudantes do Colégio Itacelina Bittencourt, de Cianorte, que fica na região noroeste do estado, apresentaram uma bengala adaptada com sensores para pessoas com deficiência visual, além de protótipos de robótica, como carrinhos automatizados e um varal que se recolhe sozinho quando detecta chuva. “Queremos mostrar que é possível inovar usando materiais acessíveis”, explicou Francisco Eduardo, do 9º ano.

Maria Helena, colega de Eduardo, contou que a experiência de participar da Mostra é desafiadora, mas transformadora. “Eu fiquei muito nervosa de apresentar para tanta gente, mas também muito animada. É uma experiência nova que nos motiva a querer voltar sempre e trazer mais projetos”, disse.

Alunos de Cianorte trouxeram três protótipos para a Mostra

Para o Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona, os Clubes de Ciência são vistos como uma atração que desperta o interesse dos alunos pela ciência, ainda na educação básica e o Paraná Faz Ciência é o local perfeito para mostrar o resultado disso. “Ter os clubes fazendo sua Mostra aqui, são ações que se somam justamente porque o objetivo do Paraná Faz Ciência é atrair o olhar e o interesse desse publico para aquilo que se faz em termo de produção do conhecimento”, disse. “É a primeira edição no estado, reunindo jovens de várias cidades para apresentar projetos, trocar experiências e incentivar a ciência entre os adolescentes. Estamos muito felizes e orgulhosos de fazer parte desse momento tão significativo”, completou Fábio Hernandes, reitor da Unicentro.

Para a professora Elisa Aguayo, os resultados mostram que a rede estadual está conseguindo aproximar os jovens do fazer científico de forma prática e transformadora. “É uma formação cidadã. Aqui se discutem temas de ciência, tecnologia, sociedade e ambiente. É gratificante ver o entusiasmo desses alunos e a qualidade dos trabalhos”, finalizou.

Por Caroline Albertini

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